Por Mauro Mueller / Quantum Dox
Em que você acredita? Em quem você acredita? Se você é cristão, crê que Jesus é seu salvador. Se segue o budismo, busca a iluminação de Buda. Se é muçulmano, segue os ensinamentos do Profeta Maomé; se é hinduísta, crê em Krishna; se é adepto do judaísmo, acredita na Torá. As ramificações são milhares: espíritas, umbandistas, evangélicos, deístas, agnósticos, céticos...
Diante de tantas visões, quem está certo? Qual caminho é o melhor?
A verdade é que as crenças humanas vão muito além das religiões organizadas. Elas incluem desde superstições passadas por gerações até as profundas convicções pessoais que moldam nosso sucesso e felicidade. Neste artigo, vamos explorar essas diferentes facetas da crença para uma reflexão sobre o que nos move.
As Grandes Religiões e Doutrinas do Mundo
As religiões oferecem sistemas de crenças que guiam bilhões de pessoas. As mais difundidas são as chamadas religiões Abraâmicas, que têm origem na crença monoteísta de Abraão:
Judaísmo: Tem a Torá (os cinco primeiros livros da Bíblia) como seu livro sagrado principal. A tradição também inclui a Mishná (versão escrita da lei oral), o Gemará (comentários rabínicos) e o Talmud(compilação de ensinamentos). Acreditam que o Messias ainda virá.
Cristianismo: Considera o Antigo Testamento uma preparação para a vinda de Jesus Cristo, cujo legado é retratado no Novo Testamento. A doutrina central é que Jesus morreu na cruz para a salvação da humanidade. A Bíblia é vista como a palavra de Deus, e vertentes como a Batista defendem a liberdade de culto e a escolha individual da fé.
Islamismo: Crê que Alá é o único Deus e que Maomé (Muhammad) foi seu último e principal mensageiro. O livro sagrado é o Alcorão, que teria sido inspirado e revelado por Deus a Maomé.
Além delas, outras grandes crenças moldam a visão de mundo de milhões:
Hinduísmo: Krishna é a figura central, adorado como o oitavo avatar do deus Vishnu e, para muitos, como o Deus supremo. Seus ensinamentos focam em compaixão, amor, positividade e uma vida simples e elevada.
Budismo: É uma religião e filosofia baseada nos ensinamentos de Buda, um príncipe que abandonou uma vida de riquezas ao se deparar com o sofrimento humano. Através da meditação, ele atingiu a iluminação e ensinou um caminho para aliviar o sofrimento e alcançar a virtude.
O mapa da fé humana é vasto e inclui ainda o Taoísmo, Xintoísmo, Wicca, Jainismo, Fé Bahá'í, Umbanda, Seicho-no-ie, Rastafarianismo e incontáveis outras doutrinas, cada uma oferecendo respostas para as grandes questões da vida.
Quem Está Certo? Pluralismo e a Busca por Sentido
Você já se perguntou: "quem está certo?". A resposta mais sensata talvez seja: se uma crença se torna um modo de vida positivo e faz bem a uma pessoa, então, para ela, essa crença está certa. Debates religiosos que tentam provar qual religião é "melhor" raramente convertem alguém.
É preciso lembrar que, por mais evoluída que seja uma doutrina, ela é praticada por seres humanos, que são passíveis de erro. Nenhuma religião é perfeita em sua prática. No entanto, quando o objetivo é positivo e construtivo, a crença merece crédito. Por outro lado, quando não faz bem às pessoas ou é usada para manipulação, deve ser criticada com argumentos. Infelizmente, muitas seitas e líderes se aproveitam da vulnerabilidade alheia, usando a fé para objetivos escusos.
Os "Sem Religião", Céticos e Outras Formas de Crer
E quanto àqueles que não seguem uma religião?
Ateus: Não acreditam na existência de um deus.
Agnósticos: Não afirmam nem negam a existência de Deus, por considerarem que não há provas definitivas.
"Desigrejados" ou "sem religião": Um grupo crescente que acredita em Deus, mas não frequenta ou se identifica com nenhuma instituição religiosa.
Uma pesquisa do Datafolha com jovens paulistas (14 a 26 anos) mostrou que os "sem religião" (30%) já superam evangélicos (27%) e católicos (24%). No Censo de 2010, mais de 15 milhões de brasileiros se declararam sem religião. Ser "sem religião" não significa ser ateu; na verdade, muitos nutrem crenças e costumes de suas antigas fés, mas não veem mais sentido nas instituições.
Há também os céticos e cientistas, que só acreditam no que pode ser comprovado por experimentos e lógica. No fim, a própria visão de mundo é uma forma de crença. Acreditar que nada é por acaso é uma crença. Acreditar que tudo é um mero acaso também é uma crença.
Superstições: As Crenças do Cotidiano
Além da fé e da filosofia, existem as superstições: crenças baseadas em costumes e cultura, sem comprovação lógica, mas que se tornam "regras" a serem seguidas. Elas vêm de lendas e tradições antigas:
Sexta-feira 13: De origem em mitos nórdicos e eventos históricos.
Bater na madeira: Vem da ideia de que as árvores eram a morada de deuses.
Passar embaixo de uma escada: Simbolizaria renunciar a uma "subida" na vida.
Gato preto: Associado à má sorte na Idade Média.
Essas pequenas crenças acompanham a humanidade desde sempre.
Crenças Limitantes: As Barreiras Invisíveis da Mente
Talvez o tipo de crença mais impactante em nosso dia a dia seja a crença limitante. O termo, popular em livros de autoajuda, tem um sentido real na psicologia. São ideias e certezas que plantamos em nossa mente e que definem nossa personalidade e comportamento, muitas vezes para pior.
Desde a nossa criação, tudo o que vivenciamos — o que ouvimos dos pais, o que sentimos na escola, o que vimos em filmes — se transforma em crenças sobre quem somos, do que somos capazes e como o mundo funciona.
Pesquisadores afirmam que até 95% das nossas ações conscientes são, na verdade, reações automáticas baseadas no que está gravado em nosso subconsciente. Quando a vida nos apresenta um desafio, seja um novo emprego, a decisão de casar ou um problema a resolver, nossa mente simplesmente dá "play" em uma resposta pré-definida por essas crenças.
Certezas como "não sou capaz", "dinheiro não nasce em árvore", "sou assim mesmo e não vou mudar" ou "rico não vai para o céu" funcionam como verdadeiras travas. Elas impedem a evolução pessoal e profissional, por mais inteligente ou preparada que a pessoa seja. Você quer avançar, mas algo o impede. Essa percepção distorcida gera autossabotagem: você procrastina, encontra defeitos nos planos e sente que não tem energia para crescer.
É Possível Mudar? Reprogramando a Mente
A boa notícia é que sim, é possível reprogramar essas crenças. O primeiro passo é o autoconhecimento, como diz o aforismo grego: "Conhece-te a ti mesmo". Aqui vão algumas dicas práticas:
Identifique as crenças: Pegue um papel e escreva com total sinceridade o que você pensa sobre si mesmo e seus medos. Você pode se assustar com o que vai ler, mas esse é o primeiro passo para a mudança.
Questione sua validade: Olhe para cada crença que você escreveu e pergunte-se: "Isso ainda faz sentido na minha vida hoje, com a experiência que adquiri?". Na maioria das vezes, a resposta será não.
Troque as afirmações: Reescreva cada frase negativa como uma afirmação positiva e de ação. Por exemplo, troque "Eu não tenho capacidade para voltar a estudar" por "Eu vou fazer a matrícula para voltar a estudar, porque isso me fará muito bem". Repita esse exercício até começar a acreditar nas novas frases.
Busque conhecimento: Assim como você um dia descobriu que Papai Noel não era real, o conhecimento sobre qualquer assunto derruba mitos e medos. Ler, estudar e ouvir especialistas em áreas que você não domina expande sua percepção e mostra que você é capaz de coisas incríveis. O conhecimento cura a ignorância e, consequentemente, muitas crenças limitantes.
Claro, se essas crenças estão causando danos graves à sua vida, a recomendação é procurar ajuda de um especialista, como um psicólogo ou terapeuta, que pode usar técnicas profissionais para ajudá-lo a eliminar as barreiras que atrapalham o seu futuro.
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